Eu gostaria que cada árvore fosse uma
nota musical.
Eu gostaria que cada folha fosse uma
melodia.
Eu gostaria que cada estrada fosse uma
melopeia.
Eu gostaria que cada palavra fosse dada
no timbre certo.
Eu gostaria que todas as colunas
entoassem compassadamente.
Eu gostaria que o sol nos desse tons
harmónicos.
Eu gostaria que «lá» fosse sempre antes
do «si».
Eu gostaria que cada livro fosse uma
pauta musical.
Eu gostaria que cada som pronunciado pela
natureza fosse um cântico.
Eu gostaria que os telefones fossem
rádios móveis.
Eu gostaria que as casas fossem
conservatórios.
Eu gostaria que os carros fossem
discotecas ambulantes.
Eu gostaria que a natureza morta
ressuscitasse com pequenos toques.
Eu gostaria que cada criança fosse o
começo de novos estilos musicais.
Eu gostaria que cada ausência fosse a
esperança de uma nova canção.
Eu gostaria que o vento fosse um bailar
harmonioso.
Eu gostaria que as cores simbolizassem a
tradição dançante.
Eu gostaria que as leis fossem a
plataforma para a criação de múltiplos concertos.
Eu gostaria que as «raças» fossem mesas
de mistura.
Eu gostaria que as armas fossem somente
um som modernizado.
Eu gostaria que as mortes fossem peças
musicais teatralizadas.
Tudo seria tão belo se todas as pessoas
fossem a sonoridade da nossa vida, com o seu olhar ritmado, com a sua fala
cantada, com a sua beleza interior esculpida ao compasso da perfeição e com o
amor pelo próximo a soar ao ritmo do coração.
Este momento
escrito é uma reformulação e readaptação de uma poesia que criei em junho de
2006 para uma pessoa muito especial. A imagem utilizada é parte integrante de
um trabalho artístico realizado pela ilustradora Alice Ninni e pelo músico
Matteo Negrin.

Eu gostaria k não parasses de cantar para nós! :)
ResponderEliminar:) Obrigado pelo gesto (escrito) de ternura. É uma fonte de inspiração que dá para eu não parar de cantar, mesmo que a voz me doa.:)
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