A
saudade que bate no coração, quase parecendo que o agride para impulsioná-lo
para a ação. O coração que dói de tão forte bater e que deixa o sangue a
fervilhar até que a proximidade apareça para o arrefecer. O coração que quase
gela por parecer estar a parar, à espera que o toque recomponha o seu ritmo
apaixonado. O pensamento que agita o corpo, persistindo na busca de uma solução
que aconchegue a alma. A contínua sensação que a ausência prolonga os dias até
ao interminável. As lembranças dos episódios transgressores da monotonia e da
previsibilidade que acarinham a energia amorosa geradora de movimentos
entusiasmantes. O sentimento incontrolavelmente apetecível que vagueia
sorrateiramente pelos contornos da pele. A ternura que se projeta pelo vento,
almejando acariciar com grande precisão o alvo em movimento. A crença de um dia
voltar a estar por perto o campo energético que consegue invadir o espaço vital
e que acende a luz esperançosa do olhar. A transformação inevitável e
imprevisível que agudiza o sofrimento e eleva a insegurança. O coração que traz
uma saudade acoplada à vontade de viver num mundo temporalmente inesgotável,
depois de vivenciada uma arrebatadora esgotável intemporalidade. A ligação
emocional que vincula a razão de querer estar com mais alguém. A incerteza
persistente que emancipa várias formas de expressão. O sorriso que perdura
quando se abre a janela e a imaginação que fantasia a chegada entre os raios de
sol. O segredo que se guarda para não apagar a chama de quem se quer que comece
a chamar e não se dilua ao aproximar. A saudade que bate no coração, quase
parecendo que o afaga para motivá-lo para a ação.
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