sábado, 24 de maio de 2014

Saudade que bate no coração




A saudade que bate no coração, quase parecendo que o agride para impulsioná-lo para a ação. O coração que dói de tão forte bater e que deixa o sangue a fervilhar até que a proximidade apareça para o arrefecer. O coração que quase gela por parecer estar a parar, à espera que o toque recomponha o seu ritmo apaixonado. O pensamento que agita o corpo, persistindo na busca de uma solução que aconchegue a alma. A contínua sensação que a ausência prolonga os dias até ao interminável. As lembranças dos episódios transgressores da monotonia e da previsibilidade que acarinham a energia amorosa geradora de movimentos entusiasmantes. O sentimento incontrolavelmente apetecível que vagueia sorrateiramente pelos contornos da pele. A ternura que se projeta pelo vento, almejando acariciar com grande precisão o alvo em movimento. A crença de um dia voltar a estar por perto o campo energético que consegue invadir o espaço vital e que acende a luz esperançosa do olhar. A transformação inevitável e imprevisível que agudiza o sofrimento e eleva a insegurança. O coração que traz uma saudade acoplada à vontade de viver num mundo temporalmente inesgotável, depois de vivenciada uma arrebatadora esgotável intemporalidade. A ligação emocional que vincula a razão de querer estar com mais alguém. A incerteza persistente que emancipa várias formas de expressão. O sorriso que perdura quando se abre a janela e a imaginação que fantasia a chegada entre os raios de sol. O segredo que se guarda para não apagar a chama de quem se quer que comece a chamar e não se dilua ao aproximar. A saudade que bate no coração, quase parecendo que o afaga para motivá-lo para a ação.

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