«Fora
de horas» é uma expressão que pretendo que seja entendida como momentos
extra-temporais e extra-espaciais, ou seja, que ficam para além do nosso tempo
e do nosso espaço. Uma oportunidade de podermos sair do «cubículo» onde
tendencialmente nos encontramos.
Tic-tac… Toca o relógio. Está
na hora de sair. Espera aí! Vem aí o amor! Tic-Tac… A livre
expressão do amor é um princípio estruturante que deve estar presente em todas
as relações amorosas. A liberdade que damos ao amor são asas que o elevam para a
grandiosidade das almas apaixonadas. Só assim conseguiremos o amor «fora de
horas». Se estivermos presos aos moldes que nos impõe, estamos a prender o
amor, limitando-o a um espaço e a um tempo muito reduzido. Tic-tac… Toca o relógio. Está na hora de sair. Espera aí! Vem aí o
amor! Tic-Tac… Quando nos sentirmos confortáveis com esta forma de estar
podemos incentivar-nos a amar para além do círculo fechado constituído pelas
pessoas que selecionamos. Desta forma, podemos estar mais motivados para
defender as causas da nossa comunidade e da sociedade global. Assim também
estamos a amar «fora de horas», pois quebramos os limites sociais. Tic-tac… Toca o relógio. Está na hora de
sair. Espera aí! Vem aí o amor! Tic-Tac… Com o enraizamento desta liberdade
expressiva do amor, sentir-nos-emos seguros e confiantes para criar modelos de
sociedade mais condizentes com as reais necessidades de cada um de nós, mais
próximos da justiça e da dignificação de cada um dos seres humanos. É um novo
processo que nos conduzirá a um maior equilíbrio entre as potencialidades e as
oportunidades para se viver com qualidade de vida. É um amar «fora de horas»
que pensa nas gerações que se seguirão. Tic-tac…
Toca o relógio. Está na hora de sair. Espera aí! Vem aí o amor! Tic-Tac… Depois
há que zelar pela manutenção (não conformista) através de práticas
incentivadoras à reflexão contínua e ações que continuem a respeitar as necessidades
reais das populações que vão mudando ao longo dos tempos. Aliás, não só destas
últimas mas também de quem coabita com elas, como por exemplo os animais e
todas as formas da natureza.
Nota: Esta
breve deambulação teórica faz-me recordar as seguintes palavras: «O paraíso está cá em baixo. Saibamos nós
andar de consciência tranquila. Olhar pelas pessoas, animais e natureza.». Estas
palavras não são minhas. Ofereceram-mas e eu aceitei-as. São de um «homem da
rua», de quem me esqueci de perguntar o nome, tal foi a envolvente conversa (de
apenas alguns minutos). Caro senhor, se está ler estas palavras, peço desculpa
ter-me esquecido de uma pergunta tão básica e educada, perguntar o seu nome,
mas não me esqueço de lhe dizer «obrigado» por esse momento. Obrigado.
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